Com a aproximação da Black Friday e do Natal, os operadores logísticos enfrentam um desafio recorrente: lidar com o aumento expressivo de pedidos e manter a performance operacional em períodos de alta demanda do e-commerce.
Para garantir eficiência e fidelização dos clientes B2B, o planejamento logístico deve começar com antecedência, apoiado em dados, tecnologia e integração entre sistemas.
Buscando informações sobre como trabalhar nesses períodos de alta demanda, entrevistamos Priscila Castilhos. Ela é especialista em Gestão de Logística para e-commerce, mestranda em Marketing Digital e Big Data e proprietária da Ministério da Personalização, papelaria digital que atende clientes em todo o Brasil.
Então, se você quer saber como preparar o seu negócio online para impulsionar as vendas em datas comemorativas, siga conosco!
Planejamento logístico: o primeiro passo para enfrentar a alta demanda
Planejar é mais do que organizar o transporte e o armazenamento. Envolve prever cenários, calibrar recursos e estruturar processos que permitam agilidade sem perder controle.
Segundo Priscila, a acuracidade do estoque é o coração da operação. “Investir em endereçamento inteligente, picking por zonas e sistemas WMS bem configurados faz diferença”, afirma.
Ela recomenda ainda a separação de áreas específicas para produtos de alto giro e o uso de estoques avançados em locais estratégicos, o que reduz prazos de entrega e dispersa o risco logístico.
Tecnologias que sustentam o desempenho na Black Friday e no Natal
O uso de tecnologias como WMS, TMS, IoT e Inteligência Artificial é um diferencial competitivo durante os picos sazonais.
“A tecnologia é o que sustenta a escalabilidade”, explica Priscila. Conforme a especialista, o WMS integrado ao ERP e ao TMS permite visibilidade de ponta a ponta.
Ela ainda destaca que o uso de IA e Big Data potencializa previsões de demanda e roteirização inteligente.
Já sensores IoT e rastreamento em tempo real elevam o nível de controle sobre a operação e reduzem falhas humanas.
Essas soluções se complementam com o rastreio inteligente, que dá transparência ao processo de entrega e melhora a experiência do cliente final e do B2B.
“Quando o sistema do e-commerce ‘conversa’ com o WMS e o TMS em tempo real, o cliente sabe exatamente o status do pedido. Isso reduz ligações, aumenta a confiança e melhora a experiência do consumidor”, destaca Priscila.
Logística reversa: o desafio pós-Black Friday
O aumento de devoluções após o pico de vendas é inevitável, e as empresas que não se preparam para isso acabam enfrentando gargalos.
“A logística reversa precisa ser planejada, não improvisada”, alerta a especialista.
Ela recomenda classificar devoluções por tipo e valor do produto, automatizar o processo de autorização e integrar o sistema de devoluções com o atendimento ao cliente.
Além disso, parcerias com transportadoras especializadas em reverse logistics podem gerar ganhos de eficiência e redução de custos.
Parcerias e treinamento: bases para a operação escalável
Durante a Black Friday e o Natal, o aumento da força de trabalho é inevitável. Para evitar perdas de produtividade, treinamento rápido e contínuo é essencial.
“Eu costumo recomendar microtreinamentos práticos, com vídeos curtos e checklists visuais. Além disso, líderes de turno precisam estar presentes no chão de operação, reforçando padrões e acompanhando o desempenho”, comenta Priscila.
Ela também destaca que o reconhecimento da equipe é uma ferramenta poderosa de engajamento: “Reconhecer resultados mantém o moral alto e contribui para a qualidade na linha de frente.”
Mais um ponto fundamental é o relacionamento com parceiros logísticos. “A parceria deve ser estratégica e baseada em dados. É importante definir SLAs claros, ter canais de comunicação abertos e usar indicadores de performance compartilhados”, explica Priscila.
Trabalhar com mais de um parceiro logístico também é uma forma de mitigar riscos e garantir continuidade operacional durante períodos de alta demanda.
KPIs e rastreio inteligente: medindo o sucesso das operações
Durante a Black Friday e o Natal, o monitoramento em tempo real é essencial para agir antes que problemas se tornem crises.
Entre os principais indicadores de performance, Priscila cita: lead time de pedidos, taxa de entregas no prazo, acuracidade do estoque e índice de devoluções.
No contexto B2B, fill rate e performance das transportadoras parceiras também devem ser observados de perto. “Com dashboards em tempo real, o gestor consegue agir rapidamente antes que o problema afete o cliente”, afirma a nossa entrevistada.
Ela ainda comenta que o rastreio inteligente, integrado aos sistemas de gestão, oferece a visibilidade necessária para garantir que o compromisso com o cliente seja cumprido.
Comunicação e fidelização: o papel da transparência na experiência B2B
Em tempos de alta demanda, comunicar-se bem é tão importante quanto entregar no prazo. “Transparência é tudo”, resume Priscila.
Ela complementa dizendo que: “Informar o status da operação, antecipar possíveis atrasos e manter canais diretos de atendimento faz com que o cliente perceba profissionalismo e empatia”.
A comunicação proativa transforma imprevistos em oportunidades de reforçar a confiança. No B2B, o pós-venda é um momento decisivo para a fidelização, um cliente bem informado tende a compreender imprevistos e manter a parceria a longo prazo.
O futuro da logística no e-commerce
O setor caminha para uma nova fase, marcada pela personalização e integração entre marketing, tecnologia e supply chain.
“Vejo um movimento forte de personalização na logística — não só para o cliente final, mas também entre empresas. Dados e IA permitirão prever demandas com muito mais precisão e adaptar a operação quase em tempo real”, analisa Priscila Castilhos.
Para os operadores logísticos, o segredo está em unir planejamento logístico, tecnologia e rastreio inteligente para transformar os desafios da Black Friday e do Natal em oportunidades de crescimento e consolidação no mercado de e-commerce.
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