A ascensão da Inteligência Artificial (IA) está transformando profundamente o modo como operam transportadoras e indústrias, dando origem a um novo modelo de força de trabalho: os colaboradores digitais.
Você já ouviu falar neles?
Esses agentes de IA, capazes de executar tarefas repetitivas, tomar decisões baseadas em dados e interagir com sistemas em tempo real, atuam ao lado de profissionais humanos em áreas como logística, atendimento ao cliente, planejamento de rotas e monitoramento de operações.
Diante desse cenário, um desafio inevitável se impõe: como gerenciar equipes híbridas compostas por pessoas e IA de maneira eficaz, ética e produtiva?
Para entender melhor essa transição e os caminhos possíveis para o futuro do setor, acompanhe a entrevista com Bruno Gregorio, fundador e CEO da Polifrete.
Acompanhe o que ele diz ao longo deste artigo!
Maiores desafios que os agentes de IA estão solucionando
Bruno Gregorio explica que os agentes de IA têm o potencial de resolver diferentes desafios no setor da logística.
Entretanto, a Polifrete está mais focada, atualmente, na otimização da operação, desde o início da montagem da carga até a entrega final.
“Hoje em dia, esse início da operação – que inclui montar a carga e encontrar o transportador ideal – pode representar até 50% de todo o tempo envolvido no processo logístico”, conta.
Segundo ele, essa questão faz com que muitas empresas tenham verdadeiras “mesas de frete”, com várias pessoas dedicadas apenas a essa etapa.
“O que estamos fazendo agora é treinar agentes de Inteligência Artificial para executar essas tarefas com mais eficiência e escala”, revela.
Gregorio, inclusive, traz um exemplo:
“Nosso agente pode se comunicar simultaneamente com uma base de milhares de transportadores, 300 ou 2 mil, entender onde estão, se estão disponíveis, qual o perfil deles e se têm interesse naquela carga específica. Em questão de minutos, temos a resposta”.
Para ele, a IA tem o poder de reduzir drasticamente o tempo e o esforço necessários para encontrar o transportador certo pelo preço correto.
“E além disso, conseguimos ampliar a automação para outras etapas do processo, gerando ainda mais eficiência e economia”, ressalta.
Otimização das operações e aumento da produtividade
Para falar sobre a melhora das operações diárias e o crescimento significativo da produtividade, Gregorio traz aos leitores alguns casos práticos.
“Um dos nossos clientes já consegue projetar o preço do frete e a demanda de veículos com até 90 dias de antecedência”, inicia.
“Em outro, implementamos um forecast de até 12 meses. Tudo isso é consultado em segundos por um agente de Inteligência Artificial. Essas informações, antes, levariam dias para serem levantadas”, continua.
“Desde a montagem da carga até a entrega, já observamos ganhos de produtividade de até 80% com a automação dos processos. E vai além: após a contratação do frete, tarefas burocráticas como validação de documentos, análise de risco e seguro também são automatizadas”, completa.
O especialista revela que, durante a viagem, a IA acompanha o trajeto em tempo real, informando atrasos e ajudando a reorganizar filas de embarque — ideal para operações de grande volume, como em centros de distribuição.
“Além disso, com base em dados de mercado, comportamento do consumidor e tendências econômicas, nossos agentes conseguem prever demandas e precificar fretes futuros com alta precisão. Estamos falando de decisões logísticas muito mais estratégicas, com economia real e escala”, celebra.
Desafios de gerenciar equipes híbridas de humanos e agentes de IA
Para Gregorio, gerenciar duas equipes tão diferentes é um “tema fascinante”. Ele comenta que a primeira reação das pessoas ao se depararem com um grupo formado por humanos e IA é a apreensão.
Será que vou perder o meu emprego? E a minha carreira, que construí ao longo dos anos? O que vai ser do meu futuro?, acabam sendo alguns dos questionamentos frequentes entre os colaboradores.
Entretanto, o entrevistado deixa claro:
“A IA não veio para substituir os seres humanos, e sim para transformar a forma como trabalhamos”, enfatiza.
“Toda nova onda tecnológica sempre gerou esse tipo de receio, mas, no fim, ela acaba por melhorar nosso dia a dia, eliminar tarefas repetitivas e abrir espaço para uma atuação mais estratégica”, opina.
O que se vê atualmente, na opinião de Bruno Gregorio, é que os profissionais que não se adaptarem, sim, correm o risco de ficar para trás.
“Mas aqueles que entenderem como trabalhar lado a lado com os agentes de IA terão um espaço ainda mais valioso no mercado. É sobre mudança de mentalidade”, observa.
Ele também diz que “a gestão de equipes híbridas exige um novo olhar”.
“Sai o profissional que passa o dia apagando incêndios e preenchendo planilhas e entra o gestor com visão analítica, que entende de dados, tecnologia e sabe extrair o melhor dos agentes”, explica.
O profissional cita um ditado popular para exemplificar essa questão:
“Tem uma frase que gosto muito: ‘Você nunca vai conseguir apagar incêndios com um cigarro na mão.’ Isso simboliza bem a mudança que precisamos fazer: sair do modo reativo e entrar no modo de liderança estratégica”.
Loog.ai da Polifrete: apoio a gestores nessa nova realidade
A Loog.ai, plataforma da Polifrete, nasceu com DNA 100% em Inteligência Artificial.
“Somos uma empresa AI-first, o que significa que nossa tecnologia não é adaptada à IA — ela já foi concebida com base nela. E mais: operamos como um micro-SaaS, com foco exclusivo em criar agentes de IA especializados em logística”, divulga.
Um dos principais agentes, segundo Gregorio, é o Carlão Carreto, o negociador de frete.
“Ele atua diretamente via WhatsApp, conversando com transportadores por áudio ou texto, de forma simples, ágil e 100% automatizada. Está disponível 24 horas por dia, buscando sempre o melhor preço para cada rota, seja na coleta ou na entrega de mercadorias”, conta.
Contudo, conforme Bruno Gregorio, o diferencial do Carlão vai além da negociação em si.
“Ele é alimentado por dados reais de mercado, então não apenas compara as ofertas que recebe, mas também entende qual é o preço médio praticado naquela rota — hoje, e nos próximos 30, 60 ou 90 dias”, explica.
Ou seja, o colaborador digital tem uma visão ampla, estratégica e toma decisões baseadas em tendências futuras, não apenas no momento atual, permitindo fechar fretes no melhor timing, com mais inteligência e economia.
E o Carlão não está sozinho. Gregorio cita outros agentes digitais da Loog.ai criados para apoiar o dia a dia dos gestores. São eles:
- Agente de Documentação, que valida toda a papelada do transporte de forma automatizada;
- Agente de Acompanhamento de Viagem, que monitora a entrega em tempo real via whatsApp;
- Agente de Ocorrências, que resolve problemas e dá suporte durante o trajeto.
“Estamos criando um verdadeiro time de colaboradores digitais, prontos para atuar em conjunto com os profissionais de logística e supply chain. O papel do gestor, agora, é escolher quais agentes oferecem mais resultado para o seu processo, e como orquestrar essa equipe híbrida com máxima eficiência”, relata.
E o melhor de tudo, segundo Gregorio, são os planos acessíveis, permitindo que empresas de todos os portes possam economizar, escalar e inovar com Inteligência Artificial.
“Esse é o nosso propósito: ser a primeira logtech do Brasil com foco total em IA, ajudando gestores a evoluírem do operacional para uma gestão verdadeiramente estratégica”, conclui.
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