A logística 4.0 representa uma verdadeira revolução na forma como as empresas gerenciam as suas operações.
Baseada nos princípios da indústria 4.0, essa abordagem incorpora tecnologias avançadas como Internet das Coisas (IoT), inteligência artificial (IA) e robótica para criar sistemas logísticos mais ágeis, precisos e eficientes.
De acordo com Charlene Bitencourt Soster Luz, docente do Senac EAD e especialista na área, a logística 4.0 é marcada pela “automatização de processos, principalmente com a inserção da robótica, internet das coisas e tecnologia da informação”.
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O papel da gestão de processos na logística 4.0
A integração da gestão de processos ao conceito de logística 4.0 é essencial para transformar a operação empresarial.
Luz enfatiza que “os objetivos da logística 4.0 são reduzir falhas humanas e ter mais agilidade nos processos, o que proporciona redução de custos e maior lucratividade”. De acordo com ela, antes de embarcar na automação, é indispensável mapear os processos existentes.
Esse mapeamento atua como um diagnóstico que permite entender o fluxo atual de atividades, identificar gargalos e planejar intervenções.
De acordo com Luz, o mapeamento deve incluir “a identificação das atividades da empresa, o fluxo de trabalho, o fluxo logístico e o fluxo financeiro”, servindo de base para um plano de ação bem estruturado.
As etapas essenciais no mapeamento de processos
O sucesso na implementação da logística 4.0 começa com um mapeamento eficaz. Entre as etapas destacadas pela especialista, estão:
- Definir objetivos claros: antes de iniciar, é fundamental estabelecer os resultados esperados com a automação;
- Formar equipes multidisciplinares: profissionais de diferentes áreas podem contribuir com visões complementares;
- Coletar dados relevantes: essa etapa envolve entrevistas, observações e análise de documentos para compreender os processos;
- Criar fluxogramas: a representação visual dos processos ajuda a identificar gargalos, ineficiências e falhas;
- Redesenhar processos: com base nos dados obtidos, é possível projetar fluxos mais eficientes e integrados à tecnologia.
Charlene ainda ressalta a importância de monitorar os resultados da implementação.
“Deve-se monitorar e mensurar o sucesso da logística 4.0 com indicadores de desempenho como: tempo das tarefas, custos, taxa de erros na operação e satisfação dos clientes”, pontua.
As ferramentas e as tecnologias para potencializar o mapeamento
Uma ampla gama de ferramentas está disponível para apoiar o mapeamento e a identificação de melhorias na logística.
Luz indica o uso de ferramentas como Bizagi Modeler, Lucidchart e Visio, que são úteis para criar fluxogramas detalhados.
Ainda conforme a professora, os sistemas de gestão como Enterprise Resource Planning (ERP), Warehouse Management System (WMS) e Transportation Management System (TMS) integram dados e simplificam processos.
Além disso, tecnologias como IA e IoT desempenham papéis importantes. Isso porque os sensores conectados permitem monitorar estoques em tempo real, enquanto softwares analíticos como Power BI facilitam a visualização de métricas e tendências.
As áreas que mais se beneficiam da automação
Na logística 4.0, diversas atividades podem ser otimizadas pela automação. Luz destaca áreas-chave como armazenagem, gestão de estoques, separação de mercadorias, transporte e logística reversa.
De acordo com a professora do Senac EAD, as áreas são relevantes pelos seguintes motivos:
- Armazenagem e gestão de estoques: sensores inteligentes e robôs móveis garantem maior eficiência no uso do espaço e atualização automática de inventários;
- Separação de mercadorias: sistemas como Pick-to-Light e veículos guiados automaticamente (AGVs) aumentam a precisão e reduzem erros;
- Transporte: ferramentas de roteirização automática e frotas conectadas com telemetria já são realidade em muitos países, como os Estados Unidos, em que veículos autônomos já são utilizados para transporte de mercadorias;
- Logística reversa: softwares especializados otimizam o processamento de devoluções, promovendo a sustentabilidade e reduzindo desperdícios.
As principais técnicas de gestão aplicadas à logística 4.0
A implementação da logística 4.0 também depende do uso de técnicas de gestão robustas para otimizar processos.
Luz elenca ferramentas como as seguintes:
- Análise SWOT: “permite identificar forças, fraquezas, oportunidades e ameaças nos processos logísticos. Por exemplo, a falta de integração entre sistemas de gestão pode ser apontada como uma fraqueza a ser resolvida”;
- 5W2H: “auxilia no planejamento de projetos detalhando o ‘o quê’, ‘por quê’, ‘onde’, ‘quando’, ‘quem’, ‘como’ e ‘quanto’ de cada ação;
- Matriz GUT: “prioriza problemas com base em gravidade, urgência e tendência, permitindo que a empresa ataque os desafios mais críticos primeiro”;
- Matriz SIPOC: “oferece uma visão clara das etapas do processo, desde os insumos até os clientes finais”;
- Modelagem BPM: “focada na otimização contínua, permite representar visualmente processos, executar melhorias e monitorar métricas em tempo real”.
Os desafios e o futuro da logística 4.0
Embora a logística 4.0 ofereça inúmeras oportunidades, a sua implementação requer planejamento cuidadoso e investimento em tecnologia e capacitação.
“Treinamentos constantes da equipe envolvida são essenciais para garantir a aceitação e o sucesso da implementação”, alerta Luz.
Além disso, é necessário considerar a maturidade da empresa e seus recursos disponíveis. Não é apenas sobre adotar a tecnologia mais avançada, mas sim utilizá-la estrategicamente para alcançar resultados tangíveis, sempre com o cliente como foco principal.
A logística 4.0 transforma a forma como as empresas operam, integrando tecnologias avançadas para criar processos mais eficientes, rápidos e confiáveis.
No entanto, o sucesso depende de um mapeamento de processos sólido, uso estratégico de ferramentas e uma abordagem centrada nas necessidades do cliente.
Como enfatiza Luz, “os clientes são o foco de toda empresa e precisam ser considerados em cada etapa”.
Ao adotar a logística 4.0, empresas não apenas ganham competitividade, mas também contribuem para uma cadeia de suprimentos mais sustentável e adaptável às demandas do futuro.
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