Implementar um sistema TMS para redução de custos no frete rodoviário tornou-se crucial diante da alta pressão sobre os custos logísticos, especialmente no modal rodoviário.
Em um cenário onde os custos do transporte de cargas (medido pelo INCT) acumulam altas significativas, como a de 6,30% na modalidade lotação nos 12 meses até agosto de 2024 (dados da NTC&Logística), gerenciar o frete com planilhas tornou-se insustentável e impacta diretamente a competitividade.
A resposta para esse desafio está na digitalização, um pilar da Logística 4.0. O software TMS de transporte rodoviário (Transportation Management System) atua como o cérebro da operação, focado em planejar, executar, monitorar e otimizar todo o ciclo de vida do transporte.
Entenda como a tecnologia identifica custos, otimiza processos e veja o que avaliar ao buscar essa solução.

Quais são os principais custos do frete rodoviário?
Para gestores, enxergar além do combustível e do pedágio é o primeiro passo. Embora o diesel seja um componente vital, responsável por uma parcela significativa dos custos diretos (mais de 35% no transporte de lotação, segundo a NTC&Logística), os custos indiretos ou “ocultos” são frequentemente os que mais drenam a rentabilidade.
A gestão manual falha em identificar e controlar esses custos ocultos. Um TMS é a ferramenta que expõe e ataca precisamente esses gargalos financeiros.
Confira abaixo os principais custos diretos e indiretos do frete rodoviário:
| Custos Diretos (Visíveis) | Custos Indiretos (Ocultos) |
|---|---|
| Diesel e lubrificantes | Ociosidade da frota (veículo parado) |
| Pedágios | Erros na auditoria de faturas (glosas) |
| Manutenção (preventiva e corretiva) | Reentregas e devoluções |
| Salários e encargos (motoristas) | Multas por atraso (baixa OTIF) |
| Depreciação do veículo | Custo de oportunidade (rotas ineficientes) |
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Como um sistema TMS promove a redução do custo de frete rodoviário?
Um sistema TMS não deve ser visto como um custo, mas como um investimento com Retorno sobre o Investimento (ROI) claro e rápido. Ele promove a redução de custo de frete rodoviário ao atuar de forma inteligente em três pilares centrais: planejamento (rotas), execução (auditoria) e controle (KPIs).
1. Otimização inteligente de rotas e cargas
O primeiro grande impacto do TMS é na otimização de rotas de caminhão. Isso vai muito além de um simples GPS.
O sistema utiliza algoritmos avançados para calcular a melhor sequência de entregas e coletas, considerando dezenas de variáveis: janelas de entrega dos clientes, restrições de circulação, tipo de veículo, capacidade de carga e, claro, o menor custo (menos quilômetros e menos pedágios).
Além da roteirização, o software permite a consolidação inteligente de cargas. Ele analisa pedidos e os agrupa para maximizar a ocupação dos veículos (load factor), evitando que caminhões rodem com espaço ocioso.
Estratégias como o Milk Run (coletas programadas) podem ser facilmente gerenciadas, garantindo eficiência e reduzindo o custo por tonelada transportada.
2. Auditoria precisa e gestão de contratos
Um dos maiores problemas financeiros na logística são os erros na auditoria de faturas de frete. O processo manual é lento, suscetível a falhas humanas e incapaz de verificar 100% dos Conhecimentos de Transporte (CT-es). O TMS resolve isso com o Freight Audit automatizado.
O sistema armazena todas as tabelas de frete negociadas com as transportadoras. Quando a fatura chega, o TMS compara automaticamente o valor cobrado com o valor que deveria ter sido cobrado, validando cada centavo.
Ele identifica duplicidade de cobrança, erros de cálculo e aplicação incorreta de tarifas. O benefício é imediato: a empresa garante pagar exatamente o que foi contratado, recuperando valores que seriam perdidos em glosas.
3. Visibilidade e gestão de desempenho
O ditado é claro: “não se gerencia o que não se mede”. O TMS transforma o caos de dados operacionais em informações estratégicas.
Embora as estruturas do TMS variem, elas geralmente cobrem o planejamento (roteirização), a execução (cotação, expedição e auditoria) e a gestão de indicadores (BI e KPIs), formando um ciclo de melhoria contínua.
Com um TMS, o gestor de logística passa a ter um painel de controle (dashboard) com os principais indicadores de desempenho (KPIs) em tempo real:
- Custo por KM rodado;
- Custo por Tonelada ou por entrega;
- OTIF (On-Time, In-Full) – Nível de serviço ao cliente;
- Taxa de Ocupação da Frota;
- Tempo médio de trânsito.
Esses relatórios permitem analisar o Custo Total de Propriedade (TCO) da logística, comparar o desempenho de diferentes transportadoras e tomar decisões baseadas em fatos, não em suposições.
Veja também: Rastreamento de transporte de cargas: Diferenciais e impactos na redução dos custos
Como o TMS se insere no contexto da logística 4.0?
O TMS é um dos pilares da Logística 4.0, funcionando como um hub de integração que conecta o planejamento digital à execução física no transporte rodoviário.
Qual a importância da integração de sistemas na logística rodoviária?
Um TMS não pode operar como uma ilha. Seu verdadeiro poder é desbloqueado quando ele se comunica de forma fluida com os demais sistemas da empresa. A integração via APIs (Interfaces de Programação de Aplicações) é fundamental.
O TMS deve se conectar ao ERP (Sistema de Gestão Empresarial) para receber os pedidos de venda ou compra que precisam ser transportados. Ele também se integra ao WMS (Sistema de Gerenciamento de Armazém) para saber quando o pedido está separado e pronto para a expedição.
Por fim, a conexão com sistemas de rastreamento e telemetria fornece visibilidade em tempo real da carga, melhorando o tracking para o cliente final. Essa logística integrada garante a fluidez da informação e elimina o retrabalho.
Como melhorar a tomada de decisão estratégica na logística?
Com os dados centralizados, o TMS aprimora a seleção de transportadoras. Módulos de cotação ou “leilão de frete” permitem que o embarcador envie suas demandas de transporte para parceiros homologados e receba propostas de forma estruturada, comparando não apenas o preço, mas o nível de serviço histórico.
Em sistemas mais avançados, o Big Data e o Machine Learning (Aprendizado de Máquina) analisam o vasto histórico de viagens, padrões de trânsito e demanda. Isso permite que o software TMS transporte rodoviário sugira otimizações em tempo real, preveja picos de volume e ajude na definição da malha logística ideal.
Confira: Fretebras e o uso do machine learning no transporte rodoviário
O que avaliar antes de escolher um sistema TMS para redução de custos no frete rodoviário?
Responder à pergunta do título exige mais do que apenas implementar a tecnologia; exige escolher o parceiro e a ferramenta corretos. O primeiro passo é entender o seu perfil.
Basicamente, existem dois dois modelos de sistemas TMS: o TMS para Embarcadores (indústrias e varejo), focado na compra e gestão do frete contratado; e o TMS para Transportadoras, focado na gestão de frota rodoviária própria e operação.
Os modelos de negócio variam, sendo o SaaS (Software como Serviço, pago por assinatura mensal) o mais comum. No entanto, o foco da análise não deve ser o preço, mas o ROI. Um bom TMS se paga rapidamente (em meses) apenas com a economia gerada na auditoria de faturas e na otimização de rotas.
Ao avaliar fornecedores logísticos de TMS, verifique a capacidade de integração com seus sistemas atuais (ERP/WMS), a qualidade do suporte técnico, a frequência de atualizações e, principalmente, se o sistema é aderente às complexidades do modal rodoviário brasileiro (tributação, tipos de frete, etc.).

O sistema TMS como diferencial competitivo no setor logístico
Implementar um sistema TMS para redução de custos no frete rodoviário deixou de ser um luxo ou um diferencial para se tornar uma necessidade básica de competitividade.
Em um mercado onde as margens são apertadas e a eficiência é premiada, ter controle e visibilidade sobre a segunda maior linha de custo (atrás apenas do produto em si) é mandatório.
A tecnologia é o meio, mas o objetivo final é a eficiência operacional e financeira. Um TMS bem implementado transforma o setor de transportes de um centro de custo reativo para um centro de inteligência estratégica.
Para entender mais sobre o sistema TMS para redução de custos no frete rodoviário, além de outros assuntos envolvendo o setor de modais e transporte, continue acompanhando o Modal Connection.
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