O planejamento adequado da infraestrutura das cidades inteligentes impacta diretamente a economia, o meio ambiente e a conectividade entre diferentes setores da sociedade.
A crescente adoção de tecnologias como Internet das Coisas (IoT), inteligência artificial (IA) e blockchain tem transformado a forma como o transporte de cargas e de passageiros é planejado e executado.
Além disso, modais alternativos, como bicicletas de carga e drones, vêm sendo incorporados à logística urbana, reduzindo congestionamentos e emissões de carbono.
Para aprofundar essa discussão, entrevistamos o professor Alexandre Santos, coordenador da graduação em Processos Gerenciais do Senac EAD, que nos trouxe insights sobre os desafios e soluções para o transporte nas cidades inteligentes.
Continue lendo e veja como essas mudanças irão impactar a logística global!
O transporte de cargas como elemento-chave
Segundo Santos, “o transporte de cargas em cidades inteligentes é um elemento central para garantir o abastecimento eficiente de bens e serviços, reduzindo impactos ambientais e otimizando recursos tecnológicos para melhorar a qualidade de vida dos seus habitantes”.
Ele ressalta que um sistema logístico bem estruturado não apenas agiliza entregas, mas também proporciona maior sustentabilidade ao setor.
O professor destaca que grandes empresas de e-commerce já utilizam IA para planejar rotas otimizadas.
“Isso garante que as entregas sejam feitas de forma rápida e eficiente, reduzindo congestionamentos e emissões de carbono”, complementa.
Infraestrutura de transporte e qualidade de vida
“Uma infraestrutura de transporte eficiente melhora a mobilidade urbana, reduz o tempo de deslocamento, minimiza os custos logísticos e promove um ambiente mais saudável”, afirma Santos.
No entanto, ele alerta que sistemas mal planejados podem gerar efeitos negativos. “Os impactos diretos e verificados são congestionamentos, aumento na poluição e desequilíbrio econômico em regiões específicas”.
Dessa forma, na visão do professor, um planejamento urbano eficiente precisa considerar a logística de cargas para evitar gargalos no tráfego e impactos ambientais adversos.
O impacto da tecnologia na logística urbana
A evolução tecnológica tem sido uma grande aliada da logística urbana. Ferramentas como IoT, inteligência artificial e blockchain são capazes de otimizar processos, aumentar a segurança e melhorar a previsibilidade do transporte.
Conforme explica Santos, “essas tecnologias promovem maior transparência, previsão de demandas, rastreamento de mercadorias e otimização dos recursos utilizados em cadeias logísticas. Isso resulta em entregas mais rápidas, menos desperdícios e menor impacto ambiental”.
A IoT, por exemplo, permite o monitoramento em tempo real de veículos e pacotes, tornando possível ajustes automáticos de rotas baseados em condições de tráfego ou clima.
Já a IA, no entendimento de Santos, contribui para a análise de grandes volumes de dados, auxiliando na previsão de demandas e na redução de custos operacionais.
Além disso, o blockchain se destaca como uma solução para segurança e rastreabilidade.
“Vale acrescentar que é uma das melhores soluções em termos de rastreabilidade e segurança para toda a cadeia de suprimentos, garantindo que as mercadorias cheguem ao destino sem fraudes ou desvios”.
Modais alternativos na logística urbana
O uso de modais alternativos vem ganhando destaque nas cidades inteligentes, principalmente para a chamada “última milha” da logística urbana, explica Santos.
Ele cita exemplos bem-sucedidos na Europa, onde bicicletas de carga elétricas realizam entregas diárias nos centros das cidades.
“Isso melhora a fluidez do tráfego e diminui a poluição”, destaca o docente do Senac EAD.
Além das bicicletas, drones também vêm sendo utilizados para entregas rápidas e eficientes, especialmente em locais de difícil acesso.
Planejamento urbano e hubs logísticos descentralizados
“O planejamento urbano integrado considera a logística de cargas como parte essencial do desenho das cidades, incluindo espaços para centros de distribuição, zonas de carga e descarga, e corredores exclusivos para transporte”, explica Santos.
Essas medidas contribuem para a melhoria da mobilidade, redução do impacto ambiental e fortalecimento da competitividade econômica das cidades.
Outra solução relevante mencionada pelo professor é a criação de hubs logísticos descentralizados, que permitem a distribuição de cargas fora dos centros urbanos.
“A partir desses hubs, veículos menores, elétricos ou sustentáveis, podem realizar as entregas finais”. Com isso, é possível reduzir congestionamentos e tornar as entregas mais ágeis e menos poluentes.
Leia também o artigo que preparamos sobre a mobilidade urbana inteligente e conectada para gestão e segurança.
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