O modal ferroviário na logística do agronegócio se tornou um dos transportes mais importantes para o escoamento das produções. Afinal, por meio das ferrovias no agronegócio é possível fazer a economia fluir com mais facilidade e agilidade.

Considerando que o agronegócio é uma das categorias mais competitivas da economia nacional, as ferrovias no agronegócio promovem mais competitividade para o setor, suprem as necessidades logísticas e ainda promovem maior segurança no transporte.

Para falar um pouco mais sobre as ferrovias no agronegócio, entrevistamos a sócia do escritório Ernesto Borges Advogados, a qual é responsável pelas áreas de Agronegócio, Recuperação de Crédito, Reestruturação e Insolvência, Priscila Ziada Camargo Fernandes.

Vamos entender mais sobre a logística no agronegócio? Continue conosco!

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Quais as principais dificuldades logísticas atuais do agronegócio? 

A logística é um dos principais desafios do agronegócio. Atualmente, 75% do escoamento das commodities agrícolas ainda é realizado por meio do transporte rodoviário e isso gera uma grande dependência desse modal.

Por conta disso, tanto o governo quanto às iniciativas privadas buscam o fortalecimento de projetos que viabilizem a ampliação ferroviária no país.

“Por exemplo, a EF-170, popularmente conhecida como Ferrogrão, é um projeto que consolida o novo corredor ferroviário de exportação do Brasil pelo Arco Norte. Isso ampliará a capacidade competitiva do setor”, explica Priscila Ziada Camargo Fernandes.

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Quais os benefícios do modal ferroviário na logística do agronegócio?

De acordo com a Associação Nacional dos Transportes Ferroviários (ANTF), o modal ferroviário corresponde apenas a 15% de participação no transporte, ficando muito atrás dos Estados Unidos (43%) e da China (37%).

“Da simples leitura dos números acima é possível perceber que o transporte ferroviário é um pilar fundamental de integração na estratégia logística do agronegócio, por ser um modal altamente eficiente do ponto de vista da segurança e do custo”.

Nesse sentido, as ferrovias auxiliam o setor do agronegócio (e o mundo) de diversas maneiras, como:

Benefício Descrição
Redução do Tráfego Rodoviário Diminui a dependência das estradas, aliviando o fluxo de caminhões e melhorando a mobilidade.
Menores Emissões de CO₂ Contribui para a sustentabilidade ao reduzir a poluição e os impactos ambientais do transporte.
Maior Capacidade de Carga Permite o transporte de volumes maiores em uma única viagem, otimizando a logística.
Agilidade no Escoamento Torna o processo de transporte mais rápido e eficiente, especialmente durante o escoamento de safras.
Redução de Custos com Frete Diminui despesas logísticas por meio do uso de modais mais econômicos e eficientes.
Menor Risco Operacional Reduz acidentes e perdas no transporte, garantindo mais segurança e previsibilidade às operações.

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O que é o Marco Legal das Ferrovias?

O Marco Legal das Ferrovias (Lei nº 14.273/2021) representa uma mudança paradigmática na logística do agronegócio ao introduzir o regime de Autorização para a construção e exploração de ferrovias, substituindo a tradicional (e mais burocrática) Concessão.

Para o gestor de logística e o setor de Comex, essa legislação é vital porque permite que empresas do próprio agronegócio, mineradoras ou grandes tradings proponham e invistam na construção de novos trechos ou na recuperação de malhas ociosas de acordo com suas necessidades específicas de escoamento.

Esse modelo acelera a expansão da malha ferroviária sem depender exclusivamente de licitações públicas, direcionando capital privado para a criação de rotas estratégicas.

A relação com o agronegócio é direta e transformadora: o novo regime incentiva a criação dos chamados “shortlines” ou ferrovias de interesse específico, conectando grandes áreas produtoras (os novos polos do Matopiba e o Centro-Oeste) diretamente a portos e terminais multimodais.

Espera-se que essa desburocratização e a entrada de investimentos privados no setor promovam uma redução significativa nos custos de frete de commodities como soja, milho e algodão.

Com a expansão e a modernização da infraestrutura, a Lei das Ferrovias busca não apenas desafogar as rodovias, mas também aumentar a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado internacional ao oferecer um modal mais eficiente e de menor custo para o transporte de longas distâncias.

Qual o futuro do modal ferroviário na logística do agronegócio?

Para a especialista Priscila Fernandes, “o agronegócio vem desempenhando um protagonismo mundial, ocupando as primeiras posições nas produções agrícolas e pecuárias”.

Ela nos conta que existem diversas pesquisas que atestam que até 2050 o Brasil terá um aumento de 30% de produção. Isso significa que haverá a necessidade de ter uma logística colaborativa que “acompanhe a transformação e modernização dos negócios agroindustriais”.

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