A logística brasileira está em constante evolução, e a ferrovia tem ganhado destaque como um dos pilares para um transporte mais eficiente, sustentável e integrado. No primeiro episódio da 2ª temporada do Intermodal Cast, Raphael Steiman, executivo da MRS Logística, compartilha sua visão sobre o futuro do modal ferroviário e seu impacto na cadeia logística nacional.

A ferrovia como solução estratégica

Logo no início da conversa, Steiman destaca que, apesar da ferrovia ser vista como uma modal mais tradicional e até mesmo ‘saudosista’, é um dos modais mais tecnólogicos e avançados.

“Todo mundo tem muita clareza sobre o boom tecnológico da aviação, na ferrovia temos o mesmo padrão e tecnologia do mais alto nível, mas muitas pessoas no Brasil não têm a visão da importância dela no mercado”, explica.

Ele ainda explica que esse modelo é aplicado em diversas partes do mundo, reforçando as tecnologias para ferrovias e seu papel essencial na movimentação de cargas pesadas e em trajetos que exigem maior eficiência energética.

Apesar do país utilizar, majoritariamente, o transporte rodoviário e ter desafios para implementação e integração do modal ferroviário, Steiman enxerga oportunidades.

“Sem dúvidas deve crescer, porque o Brasil precisa disso para competitividade, seja no mercado do agro, no mercado do minério do ferro, celulose, siderurgia, contâiners. Acreditamos que nos próximos 10 anos a matriz ferroviária será bem predominante no Brasil”, comenta.

O especialista também aponta que “a intermodalidade e a verticalização é o caminho para uma logística mais inteligente”, defendendo a integração entre diferentes modais como forma de otimizar operações e reduzir custos.

Sustentabilidade e inovação

Um dos pontos altos do episódio é a abordagem sobre sustentabilidade. Steiman afirma que “o transporte ferroviário emite até 70% menos CO₂ por tonelada transportada em comparação ao rodoviário”, evidenciando o potencial da ferrovia como aliada na agenda ESG das empresas.

Além disso, ele comenta sobre os investimentos em tecnologia e automação. “Estamos investindo em sistemas de controle operacional e inteligência artificial para tornar a operação mais segura e eficiente”, explica.

Desafios e oportunidades

Apesar dos avanços, Steiman reconhece que ainda há desafios a superar, como a necessidade de modernização da infraestruturaredução da burocracia e melhoria na conexão entre os modais. No entanto, ele é otimista: “O Brasil tem tudo para ser uma potência logística, e a ferrovia é parte fundamental dessa transformação”, finaliza.

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