No ritmo acelerado do e-commerce, na complexidade da logística industrial e no dinamismo das entregas urbanas, uma gestão de frotas eficiente é hoje uma necessidade estratégica.
Minimizar custos, otimizar rotas, aumentar a segurança e garantir prazos são objetivos que desafiam diariamente os gestores logísticos. E, cada vez mais, a Inteligência Artificial (IA) tem se apresentado como aliada essencial nessa missão.
Para entender melhor como a IA está revolucionando a gestão de frotas no Brasil, o Modal Connection conversou com Nicola Sanchez, CEO da Matrix Go, empresa nacional especializada em soluções tecnológicas para atendimento digital, relacionamento e engajamento com clientes.
Continue a leitura e entenda o impacto dos algoritmos na gestão de frotas brasileira!
IA na rota da inovação
“O emprego da IA na roteirização e otimização de rotas de transporte já traz ganhos expressivos em tempo e dinheiro”, afirma Sanchez.
Segundo ele, os algoritmos conseguem processar dados em tempo real, considerando variáveis como trânsito, clima, restrições de tráfego e consumo de combustível.
Além disso, conforme Sanchez, a IA cruza essas informações para sugerir caminhos mais eficientes, dinâmicos e seguros.
Mas os benefícios não param por aí. “Também estamos aplicando IA na análise de dados operacionais e na automação de processos administrativos repetitivos, como classificação de documentos, gestão de multas e agendamentos de manutenção”, completa o CEO da Matrix Go.
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Prevenção sob controle
A manutenção de veículos é outro campo onde a inteligência artificial tem se mostrado revolucionária. Em grandes frotas, prever falhas mecânicas pode representar não só economia, mas segurança e confiabilidade.
“A IA analisa dados históricos de falhas, condições de uso e sensores dos veículos para programar manutenções preventivas em momentos estratégicos. Isso evita erros, acidentes e falhas mecânicas graves”, explica Sanchez.
Ele também destaca o potencial de veículos com tecnologia embarcada mais avançada, que transmitem dados continuamente e permitem monitoramento em tempo real.
Barreiras técnicas e humanas
Apesar das vantagens, a implementação da IA na logística enfrenta desafios. “A principal dificuldade ainda é a resistência à mudança”, diz Nicola.
Nas palavras do especialista: “Muitas empresas adiam a adoção da tecnologia por comodismo ou falta de conhecimento sobre funcionamento e benefícios.”
Além disso, há obstáculos técnicos. “Muitas organizações têm dados dispersos, desestruturados e pouco consolidados. Isso dificulta a alimentação dos motores de IA, que dependem de informação limpa e organizada para gerar bons resultados”, alerta o especialista.
Mais um ponto crítico é a capacitação das equipes. Segundo Sanchez: “É fundamental que os profissionais saibam interagir com a IA, formular perguntas relevantes e interpretar os resultados gerados. IA não substitui o humano — ela amplia o seu alcance.”
Logística multimodal: o futuro automatizado
Para o CEO da Matrix Go, o futuro da logística — especialmente a multimodal — está diretamente atrelado à automação inteligente.
“Vamos ver a IA dominar todas as etapas da cadeia: desde o planejamento da rota, emissão de documentos aduaneiros, folha de pagamento e até seguros”, prevê o especialista.
Ele antecipa um cenário em que planilhas e processos manuais serão substituídos por plataformas unificadas e inteligentes, que trabalham com exceções, redespachos e documentação entre modais com eficiência e fluidez.
“A logística multimodal se tornará mais simples e menos fragmentada, graças à IA”, resume Sanchez.
Eficiência sustentável
A inteligência artificial também pode ser uma aliada importante da sustentabilidade no setor de transporte. “A otimização de rotas diminui o tempo na estrada e o consumo de combustível. Menos combustível significa menos emissões”, diz o executivo.
Além disso, a IA permite maximizar a capacidade de carga, evitando viagens desnecessárias ou com veículos parcialmente vazios. A manutenção preventiva também contribui, retirando de circulação veículos poluentes antes que gerem impactos ambientais maiores.
“Vejo a IA como um fator decisivo para a transição para frotas elétricas, que serão cada vez mais comuns com a evolução dos modelos logísticos”, projeta o nosso entrevistado.
No volante da transformação
A rotina dos motoristas também passa por transformações com a incorporação da IA. “Hoje, GPS e geolocalização são indispensáveis. A IA leva isso a outro patamar, oferecendo sugestões de rota em tempo real, evitando pedágios, congestionamentos e áreas de risco”, diz Sanchez.
Com processos automatizados, o dia a dia dos condutores fica mais dinâmico: agendamentos, checklists e preenchimento de formulários tornam-se tarefas automatizadas, enquanto assistentes virtuais garantem suporte 24 horas.
Segurança, eficiência e resultados
Os benefícios da IA na prática são tangíveis: “Estima-se uma redução de até 25% no tempo de entrega e até 15% nos custos operacionais com a adoção da IA em frotas e logística”, aponta o CEO. Ele ressalta, porém, que ainda são necessários mais estudos de longo prazo para mensurar todo o impacto da tecnologia.
Há, também, ganhos intangíveis, como a agilidade na tomada de decisão, maior satisfação dos clientes e redução no uso de combustíveis fósseis. “A IA é uma aliada para entregar mais com menos — e melhor.”
Privacidade e transparência: atenção necessária
Com tantos dados em circulação, surge uma preocupação legítima: a privacidade. “Utilizar plataformas online, muitas vezes gratuitas, sem saber como os dados são tratados é um risco considerável”, alerta Sanchez.
Para prevenir isso, portanto, é fundamental escolher parceiros com responsabilidade e expertise em segurança digital.
Além disso, a transparência interna também é essencial. “Motoristas e técnicos devem estar cientes de quais dados estão sendo coletados, por quê e como serão utilizados. Isso fortalece a confiança e o engajamento com os processos”, diz o representante da Matrix Go.
IA: uma aliada que exige preparo
A revolução digital na gestão de frotas já está em curso — e a inteligência artificial é protagonista. Mas como toda mudança, exige preparo, planejamento e capacitação.
“As empresas que souberem abraçar essa transformação com consciência e responsabilidade sairão na frente”, conclui Sanchez.
Seja na redução de custos, no aumento da segurança ou na promoção da sustentabilidade, a IA veio para ficar. E quanto antes os gestores entenderem o seu potencial, mais cedo estarão aptos a dirigir o futuro da logística no Brasil.
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